Como ondas contidas à força de diques
Como cavalos a que puxamos violentamente o freio
As palavras vão-se morrendo
Lentamente
Asfixiadas, dentro do peito.
Flores adiadas para uma, sempre outra, Primavera
As palavras
Usurpadas
Desistem.
Entram em greve.
Paralisadas nas bocas.
E é assim que, como uma doença, o silêncio alastra nas nossas vidas.
O silêncio, como única arma
O silêncio, como último reduto das palavras,
Amadas.
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